Há dez anos comecei a juntar cartões telefônicos usados, sem nenhum interesse e conhecimento do que estava fazendo; era um domingo de carnaval, em uma mesa de bar, enquanto conversava com uns amigos, ganhei dois cartões telefônicos, lançados pelo antigo Sistema Telebrás; gostei das estampas: um era um coqueiro e representava uma praia em Pirambu/SE, o outro representava umas ruínas de Vila Velha - Ponta Grossa/PR, eu não tinha idéia porque guardava aqueles cartões, que para muitos só serviam para o lixo. Sequer imaginava que iniciaria um minucioso e longo caminho que resultaria numa coleção, ou que colecionar também é uma arte, por envolver elementos humanos como a capacidade de arrumar, selecionar e aplicar na prática uma idéia ou um conjunto de idéias, o que exige conhecimentos estéticos e habilidades.
Naquela época explodia um movimento de incentivo ao colecionismo, envolvendo diversas modalidades: selos, postais, cartões telefônicos, moedas e cédulas antigas ou qualquer outro objeto antigo; o que me levou a me interessar e a estudar os cartões telefônicos em busca de conhecimentos, o que me deu forças para continuar até hoje. Surgiram por todo país Clubes e Associações de colecionadores; para vender, trocar, estudar temas, lançar e publicar catálogos. Também começaram a realizar encontros estaduais e nacionais de colecionadores, onde os participantes se desfaziam das peças repetidas; quase sempre em troca de outras.
Eu me associei à Rede Linck de Colecionadores – SP, ao Clube de Colecionadores de Cartões Telefônicos - BA e à Associação Filatélica e Numismática de Brasília-AFNB. O colecionismo já existia, apenas estava como que acordando para uma expansão e um envolvimento de um número maior de interessados. Eu já me sentia um colecionador de cartões telefônicos sem entender minha ação; comprava, trocava, ganhava e fui aumentando meu acervo; era muito difícil em minha cidade, Umarizal,Rio Grande do Norte, pois havia apenas cinco telefones públicos (os nossos conhecidos orelhões); fazia trocas com amigos da minha cidade e via correios com colecionadores de outros estados do Brasil.
As TELES estaduais lançavam cartões diversos diferenciados por estados e regiões; mostrando o que cada uma tinha de melhor e mais belo. Aprendi a classificá-los usando como critérios considerados importantes: o número de créditos dos cartões, o estado de lançamento, a tiragem do mesmo, a estampa, o fabricante, entre outros; o que exigia muita paciência, tempo e habilidade; e o que nos faz desopilar e relaxar nos causando uma satisfação enorme; por transformar uma coisa tão simples em algo prazeroso.
Infelizmente deixei de conseguir várias séries de cartões importantes; pelo alto custo, por serem lançados em tiragem pequena, fato que encarecia pelo grande número de colecionadores existente no país.
Com o passar do tempo, o interesse e a curiosidade aumentou, o que me levou a entender a riqueza histórica e cultural que a telecartofilia nos proporciona. Desde o conhecimento de como funcionava o antigo Sistema Telebrás e suas filiais em cada estado antes da privatização do sistema de comunicação do Brasil, aos lançamentos de séries que nos fez conhecer curiosidades de cada estado e de cada região brasileira; desde a seca do Nordeste até as diversidades pantaneiras no Goiás e no Mato Grosso; além de temas nacionais; dentre os quais podemos citar: as riquezas da flora e da fauna brasileira, os animais em extinção; as flores cultivadas, os mapas dos estados e das capitais brasileiras; as praias do nosso imenso litoral com sua beleza, os mais importantes pontos turísticos, nossos parques de preservação ambiental, nosso patrimônio histórico, os monumentos, o artesanato nordestino e indígena, nossa música, entre outros. Datas importantes também foram lembradas, festas tradicionais, eventos grandiosos, campanhas e homenagens a artistas e autoridades do nosso país, entre outros.
Como vimos é muito importante colecionar e, em particular colecionar cartões telefônicos, que ao manuseá-los além de fazermos uma grande terapia psicológica, realizamos um passeio sem fronteiras por varias áreas do conhecimento, como: a botânica, a história, a religião, a geografia, a política, a antropologia, a cultura e a arte. Sem esquecer de considerar que através da telecartofilia as futuras gerações terão documentada em arquivos a história e as riquezas naturais e culturais do nosso Brasil.
Francisco Costa - Pedagogo – Umarizal/RN
A Arte de Colecionar publicado em 25/07/2009 por Francisco Costa no site http://www.webartigos.com
Bjs e um ótimo final de semana a todos!
Fê
Lembre-se que você é uma estrela nascida para brilhar e a missão de toda estrela é iluminar o universo ao seu redor!
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Parabéns pelo artigo! Muito bom
ResponderExcluirOi Renan, que bom que gostou. Continue me acompanhando.
ResponderExcluirBjs
Fê
Olá Fernanda. Muito legal seu blog e muito bom seu texto sobre telecartofilia. Também coleciono ha bastante tempo e hoje é difícil achar na net quem realmente se interesse pelos cartoes. Só encontro sites de vendas de cartões, poucos sobre o colecionismo ou sobre os cartoes. Estou começando um blog sobre os cartões, com imagens de séries a partir da minha coleção (http://colecaodecartoes.blogspot.com). Espero que possamos trocar informações e, por que não, cartões!
ResponderExcluirbjo
Oi Pablo, entrei no seu blog e estou lhe seguindo. Gostei muito e deixei um comentário lá para vc.
ResponderExcluirBjs
Fê
Vi que postou meu artigo, não conhecia seu blog, parabéns e obrigado por ter postado. Ainda continuo colecionando mas, tá difícil continuar a colecionar, os agiotas prendem os cartões e só querem vender caros. Nós colecionadores sofremos muito com isto. Abraços Fernanda.
ResponderExcluirparabéns pelo artigo, tambem sofro para aumentar minha coleção pelo fato de morar no interior e não tem colecionadores na minha cidade, se alguem tiver interesse em trocas, sou de Santa Catarina, tenho uma grande quantidade de repetidos, na maioria Telsc e Brasiltelecom.
ResponderExcluiremail: dilviojunior666@hotmail.com