Guilherme Arantes

Mal tinha entrado na adolescência e estava a mil, quando me apaixonei pelo cantor Guilherme Arantes. Tudo favorecia essa paixonite: a fase em que me encontrava, o tipo de música romântica que ele compunha, o fato de ser famoso e ter um rostinho bonito, de rapaz comportado e de família. Não sei quanto tempo durou, só sei que foi intenso e não perdia nenhum programa, show, disco lançado que tivesse sua assinatura. Minha mãe mandou fazer um pingente com o desenho de uma nota musical igualzinho ao que ele usava para ficar pendurado em meu pescoço, pode?
É claro que tudo isso passou, mas suas músicas marcaram a minha geração e seu nome ficou consolidado no cenário artístico brasileiro.
Guilherme Arantes nasceu em 28 de julho de 1953 na cidade de São Paulo. Aprendeu música a partir dos 4 anos, por influência do pai, o Dr. Gelson Arantes, médico e músico. Aprendeu a tocar vários instrumentos, mas foi com o piano que se identificou aos 6 anos de idade. Ouviu Glenn Miller, Bossa Nova, iê-iê-iê e mais tarde, inspirado pelos festivais de música das Tvs Excelsior e Record, montou seu próprio conjunto o Polinante, com colegas da escola.
Depois de experiências amadoras, estréia como músico profissional tocando com Jorge Mautner. Entra na faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP em 1973 e nesse mesmo ano forma a banda Moto Perpétuo. Mas em 1975 deixa o grupo e segue carreira solo e já em 1976 lança seu primeiro LP pela Som Livre que incluía o sucesso Meu Mundo e Nada Mais, popularizado pela trilha sonora da novela Anjo Mau da TV Globo.
Na sequência foram 25 temas para telenovelas e dezenas de sucessos, muitos deles gravados por nomes de destaque da MPB como Roberto Carlos, Elis Regina, Sá e Guarabira, MPB4, Caetano Veloso, Emílio Santiago, Maria Bethânia, Leila Pinheiro, Joanna, Fafá de Belém, Quarteto em Cy. Foram também 34 coletâneas e 25 discos durante a carreira.
Assim, nesses últimos trinta e cinco anos, Guilherme Arantes, que nunca negou sua eclética multiformação musical, transitou do rock ao pop, do pop à MPB, da MPB à New Age, da New Age de volta à MPB com uma familiaridade de dar inveja a qualquer músico de primeiríssima linha do cenário mundial.
Hoje, Guilherme está vivendo com a família em Salvador, e além de se dedicar à música e fazer turnês pelo país, está sempre em busca de novas soluções para a preservação do meio ambiente com sua ONG - Instituto Planeta Água. Também colocou seu conhecimento de arquitetura em prática, apesar de não ter terminado a faculdade, na construção de sua pousada-estúdio Coaxo do Sapo.
Guilherme produz, desde o ano passado, o próximo CD do cantor e compositor Sérgio Passos, para o selo Coaxo do Sapo, a ser lançado muito em breve. Isso tudo sem deixar de lado, claro, as inspirações musicais que estão presentes em todos os momentos de sua vida.
É uma delícia ir a sua apresentação e ouvir e cantar junto músicas como Lindo Balão Azul, Brincar de Viver, Aconteceu Você, Labirinto, Cheia de Charme, Fã número 1, Mania de Possuir, Loucas Horas, Coisas do Brasil, Um dia, um Adeus, Raça de Heróis, Pedacinhos, Deixa Chover, Êxtase, Prelúdio, Baile de Máscaras,14 Anos, Cuide-se Bem, Aprendendo a Jogar, Planeta Água, Lance Legal, Marina no Ar, Lance Legal, Amanhã, entre muitas outras.

"Sou um pouco de tudo, e o que mais me inspira é o amor, departamento mais fascinante do ser humano, que foge à racionalidade e é um mundo vasto, profundo."

Bjs
Fê