National Kid

O primeiro herói oriental a fazer sucesso na televisão brasileira foi National Kid, personagem de uma série exibida por aqui nos anos 60 e começo dos 70. Muitos devem se lembrar das aventuras do extra-terrestre que veio do planeta Andrômeda para proteger a Terra de seus inimigos como os Incas Venusianos e os Seres Abissais.
Mantendo a identidade secreta do professor Massao Hata, passou a cuidar de cinco órfãos junto com sua assistente Tyako. As crianças Goro, Yukio, Kura, Mari e Tomohiro, até tentavam ajudar o professor em suas aventuras, agindo como detetives mirins, mas em suas brincadeiras de investigação geralmente o que mais conseguiam era entrar em encrencas e complicar ainda mais a missão do herói. Quando precisavam de ajuda se comunicavam com National Kid usando o rádio da marca National, assim Hata vestia seu uniforme prateado, capacete, máscara, capa e luva e se transformava para salvar todos.
Em suas aventuras contava com a ajuda do delegado Takahura e seu assistente Hisako, além do Doutor Mizuno, um cientista muito amigo de Massao Hata. Além de voar e ser um exímio lutador, o herói possuía ainda uma arma laser desintegradora para combater os mais variados tipos de vilões.
Dois atores protagonizaram o personagem de National Kid: Ichiro Kojima iniciou o seriado, substituído por Shiutaro Tatsumi a partir da história "O Império Subterrâneo".
A origem do nome do personagem vem da empresa National Co. do Japão, que patrocinou a série. É a mesma empresa que produzia tvs e aparelhos de som no Brasil até os anos 80 e que atualmente é chamada de Panasonic.
Criado a partir dos mangás do desenhista Diji Kazumine, National Kid fez sucesso graças à inventividade de uma narrativa em que a aventura e o suspense eletrizavam, além de apresentar efeitos especiais muito criativos para a precariedade das condições e época. "Kid" enfrenta não apenas inimigos mais surrealistas que a telinha apresentara até então, mas também os mais cruéis de todos.
Entre os mal-feitores estavam seres alienígenas, como os Incas Venusianos, com orelhas ponteagudas, vestidos em um traje cor preta com a letra Z estampada na camisa, que liderados pela Imperatriz Aura, tripulavam discos voadores e tinham como característica marcante a sua saudação ao Deus deles cruzando os braços e gritando “Awika”.
Governados por Nelkon, o demônio do Reino Abissal, os seres abissais, outros inimigos que National Kid combatia, andavam a bordo do submarino-monstro cujo nome era Celacanto, ou Guilton. Quando este balançava as barbatanas, provocava um terremoto, daí a famosa frase: "Celacanto provoca maremoto".
National Kid ainda enfrentou em sua carreira os seres subterrâneos, comandados por Helltar e Hana, associados ao Dr. Kuroiva e também os Zarrocos do Espaço, seres de narizes finíssinos que comandavam o monstro Giabra.
No total, Nacional Kid protagonizou quatro histórias e 39 episódios. Toda a produção foi realizada de maneira amadora e com recursos limitadíssimos. A começar pelo elenco composto quase que inteiramente de iniciantes e com muitos atores reaproveitados em diferentes personagens. Era comum ver atores que interpretavam personagens fixos fazendo pontas como outro personagem ou até mesmo figuração, incluindo o protagonista Ichiro Kojima que em certo episódio interpretou um coadjuvante.
Para aqueles que têm saudades das emoções causadas pela série, existe a coleção National Kid, lançada pela Focus Filmes, disponível em dois boxes formando um total de 7 DVDs avulsos. Vale a pena assistir, relembrar e passar para outras gerações este trabalho que foi precursor dos heróis japoneses e marcou época.

Preste atenção a seguir na abertura da série que virou cult e em sua canção: Nashionaru Kidô, Kidô. Nashionaru Kidô...
Bjs
Fê