Os escândalos de Charlie Chaplin

Charles Spencer Chaplin foi um gigante do mundo da arte e um dos homens mais sábios e criativos do século XX. Além de atuar, dirigir, escrever, produzir, compor a trilha sonora de seus próprios filmes, investir no cinema ao criar sua própria companhia, Chaplin era um crítico obstinado da sociedade. Ele, através de seu talento denunciava os grandes problemas sociais, tais como a miséria e o desemprego.
Entre as grandes obras que produziu se destacam: "O Circo", "Rua de Paz", "Luzes da Cidade", "O Grande Ditador", " Tempos Modernos" e "Luzes da Ribalta".
Chaplin tinha o dom da comédia e conseguiu levar às multidões risos, prazer e um certo consolo, em momentos muito difíceis pelos quais passavam.
Sua carreira no ramo do entretenimento durou mais de 75 anos e é o mais homenageado e condecorado cineasta de todos os tempos.
Sua vida privada, porém era um emaranhado de escândalos e controvérsias.

Chaplin era um mulherengo incorrigível e sempre esteve envolvido com jovens atrizes que descobria para seus filmes. Tinha uma preferência por meninas bem novas e seguindo este interesse, nem sempre se deu bem. Quando estava tendo um romance com Edna Purviance, estrela de seus maiores filmes mudos, teve que interrompê-lo, pois havia engravidado Mildred Harris, de apenas 16 anos, sendo obrigado a casar. Quatro anos depois do divórcio tumultuado e casos com as atrizes Pola Negri e Marion Davies, Chaplin se envolveu em outra confusão quando foi pego em relações sexuais com a atriz Lita Grey, de 15 anos. Obviamente, a menina engravidou do astro e Chaplin casou-se no México para se livrar de uma acusação de estupro. O casamento acabou em 1926 com um divórcio tão complicado que só a petição inicial da moça tinha 52 páginas de acusações tenebrosas, inclusive a de fazê-la praticar atos sexuais degenerados. Chaplin pagou a pensão recorde na época de 650 mil dólares para acalmar os ânimos. E Lita ainda o afastou dos filhos, Charles Chaplin Jr. e Sydney Earle Chaplin.

Muitos romances se sucederam com as mais deslumbrantes atrizes da época como Hedy Lamar e Paulette Goddard, mas o maior escândalo de todos foi ao se relacionar com a iniciante Joan Barry. A ninfeta, inconformada com as escapulidas do namorado, acusou-o de seduzi-la e de ser o pai de sua filha. Mesmo com o teste de sangue dando negativo, a Justiça deu ganho de causa à Barry e, humilhado publicamente, Chaplin foi obrigado a pagar pensão à menina até ela completar 21 anos. Com 54 anos de idade, Chaplin se apaixonou pela filha do teatrólogo Eugene O’Neil, 36 anos mais jovem e em pouco tempo estavam casados, mesmo contra a vontade do pai que a deserdou. Desde então a vida amorosa de Chaplin parece que sossegou, pois com Oona O’Neil ficou casado até o fim da vida.

Além dos escândalos com as mulheres, Chaplin estava sempre se envolvendo com questões políticas e causando um certo descontentamento por parte de líderes de poder. Foi criticado pelos jornais ingleses por não ter se alistado na primeira guerra mundial, acusado de ser judeu por direitistas americanos e finalmente exilado dos Estados Unidos como simpatizante comunista.

Uma vida bem tumultuada que rendeu muitas páginas de tablóides, não é mesmo? Mas se Charlie Chaplin não fosse esse ser humano irreverente e audacioso, suas obras não teriam essa paixão que passam para nós. Uma paixão pela vida, pelo ser humano!

Bjs

Fê