Música: uma arte divina

De acordo com o que se observa na história das civilizações, a primeira manifestação musical se dá por meio do ritmo nos povos mais primitivos; a seguir surge a melodia e, somente depois da civilização helênica, é que surge a harmonia, com recursos para transformar as dissonâncias em consonâncias.
Vemos então que a harmonia produzida pela música, não é criação de quem quer que seja. A harmonia sempre existiu, oculta e silenciosa, mas disponível àqueles que tendo dominado as ciências do ritmo e da melodia, penetram nos seus esplendorosos reinos do Bem, do Bom e do Belo.
Na harmonia estão contidos os mistérios da criação e da redenção, tendo como autor o próprio Eterno.
Em todos os povos, de todas as épocas, houve e continua havendo um conjunto de ações, que quando realizado dentro de determinados cânones, produzem resultados esplendorosos na humanidade. Esses cânones, de maneira geral, dependem de música adequada para que possam produzir o efeito desejado. Por isso em, a música sempre foi o argumento superior na realização de algum rito. Desta forma tem-se que: a perfeição humana é obtida quando a conservação dos ritos completa e modera o sentimento da música.
Por isso, verificamos que o efeito da música perfeita em nós, permite atingir aqueles pontos mais altos de nossa própria consciência, produzindo uma evolução tal, que começamos a abarcar horizontes cada vez mais largos, de justiça, de perfeição dentro da hierarquia humana. Esta é a razão da existência da música perfeita no meio da humanidade.
O animismo é aquele aspecto puramente emocional. É o tipo de música que nos dá unicamente prazer; um tipo de prazer digamos mais elevado, não unicamente sensual, agradável de se ouvir. De um modo geral, aí se enquadram as músicas populares bem elaboradas e muitas das chamadas músicas dos grandes mestres.
Seria um tipo de música descompromissada com um trabalho mais interno. A música popular contém muito desse aspecto sensorial. Se ouvirmos unicamente este tipo de música, certamente teremos algum prejuízo, principalmente com relação a nossa iniciação.
Devemos deixar bem claro que este tipo de música não é, de forma alguma, condenável. Se assim fosse, estaríamos, praticamente, condenando as músicas populares do mundo todo. O fato é que a audição constante desta música nos impede de conhecermos o lado mais luminoso de nós mesmos.
Por fim temos os sentimentos negativos. É, obviamente, o pior. É aquilo que não desejaríamos que acontecesse. É aquela música que veio para “derrubar” mesmo. De um modo geral, são músicas de origem africana.
Visa a exasperação da sensualidade, da luxúria. Então, a que ela vai levar? ao hedonismo, que é o culto ao prazer, aquilo que traz o prazer imediato é bom, e aquilo que não o faz deve ser evitado. Essa música puramente hedonista deve ser evitada. Basicamente, o rock que se faz hoje é desse tipo.
É claro que existem exceções. Por exemplo: alguns que fizeram o rock, posteriormente, evoluíram para música sensorial e, em alguns casos, até para música espiritualizada. Começaram a estudar um pouco mais a própria música, as filosofias orientais. E isto aconteceu com os próprios “Beatles”. Aprimoraram a sua forma musical, tornaram sua música mais agradável. As pessoas que ouviram suas músicas se aperceberam disso. Exemplo: a música “Imagine”, composta por John Lennon.
Há músicas que possuem uma capacidade destruidora e desagregadora. Falamos aqui, da condição que o homem tem de dar vida e forma àquilo que ele pensa e sente.
É tríplice o meio que os homens dispõem para criar, vitalizar e plasmar as aspirações de sua alma.

Como são profundas essas palavras, não é mesmo?
Bjs
Fê